A tradução de 'poética seca' é 'realidade'...
E você diria: 'mas poesia é amor!'
'Sim!' - continuaria eu, com um sorriso cheio de possibilidades - 'Mas amor não é tudo!'

'Realidade é amor com escolha... amor é base... escolha é sentido!'


Entre sem bater!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

COERÊNCIA

Eram apenas palavras ao vento...

As inconsistências brilhantes que delgavam o moço alquebravam-se ao pé dos ocos do corpo seco.

As têmporas cálidas, sem suor, nem sulcos, ausências típicas da inércia, denunciavam-no. Eu deveria saber. Talvez já soubesse.

É que o engano me ajuda a sobreviver.

A artimanha sempre foi me navegar entre as minhas próprias incoerências buscando um porto seguro qualquer. Em vão. Continuo a despertar, entre lágrimas e amarguras, ciente do engodo.

As vezes sinto que a harmonia pode surgir dos desconsolos solenes do dia a dia, das idiossincrasias dos rostos que, entre máscaras, se desarmam para respiro dos seus usuários. E se, pelas frestas, houver o encontro, talvez aí haja também verdade.

Se pela brisa as palavras se espalham e pela prática o som apenas ecoa...

Se pela mentira a alma caminha torta e pelo medo o sorriso se contrai...

...que eu seja o meu moço inteiro, coerente, vital, com chagas sim, mas amparado pela branda felicidade de saber o bem que sou.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

HISTÓRIAS PRA CONTAR DORMINDO



















O vento pia
Enquanto o tempo muda

A trupe para
No entanto o mundo gira

A calma acaba
Porquanto o coração amansa

A alma dança
Nem tanto o corpo alinha
A carne, entranha
Medo da caverna escura

A vida pulsa
Do nada a rua vira

O caldo entorna
Em busca de uma briga

O couro queima
Consenso de quem ama

A morte, velha
Portanto se descansa

A coerência clama
E a busca não termina

Linda é a chama
Que inunda e inflama
Mas também acaricia