A tradução de 'poética seca' é 'realidade'...
E você diria: 'mas poesia é amor!'
'Sim!' - continuaria eu, com um sorriso cheio de possibilidades - 'Mas amor não é tudo!'

'Realidade é amor com escolha... amor é base... escolha é sentido!'


Entre sem bater!

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Da Finitude da nossa pequena participação nesse pedacinho de tempo-espaço


Há uma sabedoria no movimento de sístole e diástole, como diz Cortella. Nosso coração, nosso pulmão, dizem até que o planeta pulsa. O Universo vem da retração. E logo mais, alguns bilhões de anos depois de você ler este texto, voltará a ser pequeno.

E não somos assim, grãos de areia aspirantes à estrela?

Encapsulados nessa carcaçazinha, vamos empurrando de dentro pra fora, massacrados de fora pra dentro, pressionados por nossos próprios EUs superiores, docentes da arte de ter, multiplicadores de células, contadores de cédulas, rompendo tendões para alcançar um espaço sob o céu azul, tamanha a ilusão de ótica.

E depois da lida árdua, gastamos ar, fôlego e piedade, discretamente chorosos pela má sorte de encolhermos, resmungando, até o reencontro com nossa única, assustadora e intransponível passagem, sistólicos.

Sêneca, sábio, dizia que se temos que chorar, que choremos antes, juntos. Não depois, por vaidade e culpa.

Atentem, assim, pra grande sacada: o amor.

Se tivermos que amar, amemos antes, juntos. O amor é a única cola, a única via de acesso. Ponte larga que atravessa, finda e recomeça.

No caminho solitário de volta pra casa, no enfrentamento de nossas próprias escolhas, o amor é o único farol e a única moeda.

A força está no amor. E no recomeço.
(Em memória de Marcelo Min, Silvana Abreu, Fernando Barros, Maria de Lourdes Clemente, Eduard Heinlik, Mari Bauer, Rosa da Silva Pereira, Eupídio...)


sábado, 6 de junho de 2015

EU NÃO




Empurro o tempo com a barriga. Aos quintos dos infernos os que sucumbem. Que se matem os caga-regras. Ecat!

Solenemente me desculpo e foda-se.

Se a dor de saber-me só é um tanto maior do que a dor de saber-me menos, então nem o chão, nem a chuva, nem o conto ou o palco darão conta dessa bananosa toda.

Sêneca dizia que o seu mundo era pão e circo, que as escolas estavam morrendo. Ele próprio morria. Inacreditável caralho.

Nada de aplausos ou vaias. Surras ou colos. Apenas uma lanterna desleixadamente esquecida no canto da sala vazia. Fácil e dolorosa. E eu me resguardando, um passo atrás.

Imbecis, imbecis! Por que eu me importo? Seria apenas um movimento contínuo, perpétuo. Mais um. Mas não me serve feito luva. Vou parar essa bosta, mijar na fogueira. Sem juros nem correções.

Maya, boca traiçoeira, minha mão direita é que te faz carinho. Sangue do meu sangue, verme do meu bucho. Sangue da nova aliança que faço. Sangra, porque agora sou surdo de ti. E acho graça da sua cara linda.

Ah, vozes do bem o do mal, evoé! Porque mesmo me fingindo de morto, vou rir de vossas dúvidas e celebrar tudo aquilo que está em movimento. Evoé filhos do Caos!!!


Eu? Eu quero acreditar. Porque lá no fundo, bem nos confins, eu acredito sim. Mesmo sabendo que não é verdade.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Chuva

Ventei, ventei...
Depois chovi mil canivetes.