Eram apenas palavras ao vento...
As inconsistências brilhantes que delgavam o moço alquebravam-se ao pé dos ocos do corpo seco.
As têmporas cálidas, sem suor, nem sulcos, ausências típicas da inércia, denunciavam-no. Eu deveria saber. Talvez já soubesse.
É que o engano me ajuda a sobreviver.
A artimanha sempre foi me navegar entre as minhas próprias incoerências buscando um porto seguro qualquer. Em vão. Continuo a despertar, entre lágrimas e amarguras, ciente do engodo.
As vezes sinto que a harmonia pode surgir dos desconsolos solenes do dia a dia, das idiossincrasias dos rostos que, entre máscaras, se desarmam para respiro dos seus usuários. E se, pelas frestas, houver o encontro, talvez aí haja também verdade.
Se pela brisa as palavras se espalham e pela prática o som apenas ecoa...
Se pela mentira a alma caminha torta e pelo medo o sorriso se contrai...
...que eu seja o meu moço inteiro, coerente, vital, com chagas sim, mas amparado pela branda felicidade de saber o bem que sou.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
HISTÓRIAS PRA CONTAR DORMINDO
O vento pia
Enquanto o tempo muda
A trupe para
No entanto o mundo gira
A calma acaba
Porquanto o coração amansa
A alma dança
Nem tanto o corpo alinha
A carne, entranhaA alma dança
Nem tanto o corpo alinha
Medo da caverna escura
A vida pulsa
Do nada a rua vira
O caldo entorna
Em busca de uma briga
O couro queima
Consenso de quem ama
A morte, velha
Portanto se descansa
A coerência clama
E a busca não termina
Linda é a chama
Que inunda e inflama
Mas também acaricia
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